quarta-feira, novembro 08, 2006

Perebento

Pois é, pois é, eu ando bem pra postar aqui hein? Mais um artigo, veja só. Este é quase inédito, só foi lido por uma amiga, e revisora, a qual eu dedico o texto pela ajuda. Obrigado, Camilla. Que o PP (Portal Potter) prospere! Rsrsrs Não é? Então, então, (Tô com mania de repetir) aqui estou eu. Espero que gostem desse texto meu aí, porque ele não é exatamente um primor, mas eu gosto, viu? Rsrsrs E ele é sobre outro personagem esquecido. Adoro pegar pessoas que parecem não ter tanta influência. Mas vejam só, ele já foi muito importante. Com vocês, Peter (Pedro) Pettigrew.
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Rabicho – O Judas de Rowling

Por Antônio P. A. Black

Harry salvou Pedro. Não há dúvidas. E agora Pedro tem de pagar. Aos fãs mais atenciosos, uma pergunta: Alguém sabe que fim levou Rabicho entre o quarto e o sexto livro? E o que diabos ele faz na casa de Snape? Por favor, algum Holmes que tenha achado uma pista do rato? Não, então aqui está a linha que eu precisava para fazer meu pano, obrigado.

Repito: Pedro foi salvo por Harry no terceiro livro e acabou adquirindo uma dívida quanto ao garoto. Algo que até hoje não foi bem explicado, mas que provavelmente Voldemort já sabe, é muito fácil de crer. E acreditem, este é um grande problema para o Lorde. Um servo, que na realidade não é dos mais fiéis, que tem contas a acertar com o seu maior inimigo não é exatamente útil. No entanto, em nenhum momento apareceu a notícia de que Rabicho tenha ido parar sete palmos debaixo da terra.

Vamos recapitular a história deste maroto que utilizou modos não-ortodoxos para chegar ao poder e levou dois de seus melhores amigos no processo. Pedro se tornou amigo de Tiago, Remo e Sirius. Juntos eles formaram os marotos. O pequeno rapaz aprendeu a se tornar um rato para compartilhar as noites de lua cheia com seu colega lupino. Anos mais tarde, já formados, foi escolhido por Tiago para ser o fiel de seu segredo. Em uma brecha na história, Pedro foi contar a Voldemort onde estavam escondidos os Potter. O Lorde, mui satisfeito, foi atrás do menino Potter que o ameaçava, sem saber. O que aconteceu a seguir ainda é misterioso, mas Pettigrew teve de sumir por algum tempo, fazendo com que Sirius fosse para Azkaban em seu lugar. No terceiro ano de Harry, Pedro retornou e fugiu novamente, agora para os braços do seu milorde. No quarto ano de Harry, ajudou Voldemort a retornar ao seu corpo. E então sumiu. Reapareceu no sexto livro enfiado na casa de Severo Snape, sem nenhuma explicação, além de servir de capacho e empregado do professor de poções e, mais recentemente, de defesa contra as artes das trevas.

Como se pode notar, há algumas brechas na história. Como Pedro encontrou Voldemort e entregou a ele o segredo dos Potter? Como descobriu aonde a alma conturbada de Voldemort estava e o salvou? E o que aconteceu com ele após a sua ressuscitação? Onde ele estará agora que Snape terá de fugir? E por que ele estava lá?

Poucos têm uma visão real do poder e da personalidade de Pedro. Acham que ele é fraco, mesquinho e medroso. Mas esta é apenas uma faceta que ele apresenta. Em Prisioneiro de Azkaban, a profª Minerva dá uma explicação sobre animagos e em determinado momento cita que são raros os que conseguem desenvolver a habilidade, vista a escassa lista presente no Ministério da Magia. A maioria, assim como os personagens, interpretam que o tamanho é devido à grande quantidade de clandestinos, não registrados pelo ministério. Alguns apenas percebem que o significado é outro: É preciso uma grande quantidade de poder para chegar a se tornar um animago. E se Pedro se tornou um, ele não é exatamente fraco. Pelo contrário, é muito forte por ter permanecido anos como Perebas e não ter perdido sua sanidade.

A escolha do animal, inclusive, fez com que todos tirassem a conclusão de que ele é muito similar a essa sua outra forma. Esquecem que não é por acaso que ele é um grifinório. Mesmo Pedro, diante de um leão, levantaria as patas e entraria em uma briga. Quando precisou enfeitiçar Berta Jorkins ele o fez e muito bem, e não me venham com xurumelas de que ela estava bêbada ou que não tinha poderes. Mais tarde ele teve de matar Cedrico e não falhou. Essa última demonstração, aliás, é a prova mais forte do meu argumento. Em Ordem da Fênix, Belatriz Lestrange afirma ao enfurecido Harry que é preciso mais do que raiva para lançar o Avada Kedrava. Ela fala de poder e ódio, algo que com certeza Pedro tem. Mas ódio do quê?

Um fato nunca foi explicado. O que Pedro ganhou ao entregar Tiago e Lílian? Esta talvez seja uma das perguntas mais importantes, se pensarmos que ela definiria todo o caráter do personagem. Pedro nunca demonstrou ser mesquinho, ser desonesto. Covarde ás vezes, sim. Mentiroso, claro. Desleal, já provou ser. Mas ambicioso? Qual seria a ambição de Pedro? O que ele almejaria?

A função do ex-Perebas continua oculta. Será ele um espião? Ou mais um dos dispensáveis de Voldemort? Aliás, há uma explicação para a presença dele na casa de Snape, sim, mas nem todos hão de concordar comigo: Ele está vigiando o bruxo, a mando de Voldemort. Sim, o Lorde das Trevas não é tão tolo. Ele sabe que Pedro necessita dele e que Snape não é de todo fiel, apesar das indicações contrárias pela maioria dos personagens. E quando a barra apertasse, mesmo que Pedro não seja exatamente um primor perto de Severo, talvez ele viesse a servir para mais alguma coisa do que simplesmente uma babá.

Pedro é o Judas de Rowling. Por algumas moedas ele teria trocado seus amigos. Ou seriam mais? Ou talvez menos? Esse mistério talvez nunca seja resolvido. No entanto, esperem ansiosos pela volta dele. Talvez traga algo de muito importante consigo. Quem sabe não é Pedro um dos personagens que morrem ao final da história? Ou, também possível, não seja ele um dos poucos sobreviventes para contar esse final?

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Ah sim, esse texto ficou menor do que os outros. Pois é, mas vocês querem me ajudar a aumentá-lo? É só dar sua opinião para que a gente discuta e eu tenha mais argumentos, ok? O email é tonhiquekun@gmail.com e o msn é tonblack-kun@hotmail.com. Precisando, me dêem um toque!

sexta-feira, novembro 03, 2006

A Torre

Uma carta de tarô mostra uma torre e um corpo caindo. Aqueles que leram o sexto livro entendem a simbologia. Quem não quiser saber spoilers, não avance, por favor. Aos meus amigos que apreciam conversar sobre Harry Potter, ou seja, alguns poucos dentro do grupo de fãs Portal Potter, e outro gatos pingados, vai mais um artigo que escrevi. Não sei se está bom, se sana dúvidas ou implata outras, mas é o que consegui organizar da minha estranha mente. Grato, Ton-Kun.
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Dumb is Dead

Por Antônio P. A. Black

Dumbledore está morto. Mestre Yoda e Obi-Wan Kenobi também. A comparação, por mais satírica que seja, tem um quê de engenhosa. Os três personagens citados são líderes em seus meios e mentores dos protagonistas das obras de Rowling e George Lucas, eternamente comparados por suas semelhanças. Alvo Dumbledore, o maior bruxo vivo, de acordo com a maioria dos personagens de Harry Potter, e o único a quem o Lorde das Trevas temeria, foi quem, ao longo dos seis de sete livros da série, conduziu o menino-bruxo à sua maturidade. Harry sempre o teve para se apoiar e aprender e com isso acabou criando um laço de lealdade tremenda, refletido no último capítulo do sexto livro em que, esquecendo de todas as obrigações e preocupações, buscou parar a fuga do assassino de seu professor. Na análise que farei a seguir, refletiremos sobre a importância de Dumbledore vive e morto.

Ao contrário do que muitos pensam, Alvo era, com certeza, o personagem mais próximo de um vilão, até mesmo mais do que Snape, que será agora o considerado malvadão da história por seu último ato. O poder mágico de Dumbledore e sua enorme capacidade de persuasão o tornaram um bruxo por demais confiável no lado “bom” da “força”. E essa foi à fraqueza que permitiu que certos eventos ocorressem. Seus seguidores falharam inúmeras vezes por não duvidar das opções que ele escolhia. Se Dumbledore acreditava que alguém era bom, então todos acreditariam. Como Snape. Para Harry não importava se Alvo achava que Severo estava do lado deles ou não. Ele é mau e pronto. E isso tornou Harry forte. Ele podia tomar suas próprias decisões, assim como Dumbledore. Mas o garoto seria questionado se fosse contrário ao mentor e isso atrapalharia seus planos.

Não há dúvidas e tanto o personagem quanto a autora já constataram. Dumbledore erra sim e muito. Só que seus erros não são em pequena escala como os de Neville, Gina ou Luna. São proporcionais à sua influência. Ao seu poder. Se Alvo erra muitos são os afetados. Na conversa que teve com Harry no quinto livro após a incursão ao Departamento de Mistérios, Dumbledore apresentou ao garoto toda a história por trás de suas atitudes naqueles cinco anos, e porque não nos anteriores também, e mostrou-lhe que, por haver se afeiçoado a ele, havia errado em esperar demais. A falha poderia ter causado a morte de muitas pessoas e o sofrimento recente de Harry, que não suportou e atacou o professor. Dumbledore pensou que obviamente merecia e, provavelmente, era uma das repreensões que mais doeria em muito tempo. Claro que, quando ele e Harry se tornam mais próximos no livro seis o bruxo está mais amadurecido para poder retornar a ligação afetuosa entre ele e o aprendiz.

Outro ponto a se levantar é quanto ao maior defeito de Dumbledore, que para muitos seria uma característica se não boa, pelo menos interessante. Ele, assim como alguns outros líderes na batalha entre o bem e o mal ao longo da história, tem por intenção salvar a todos, mesmo aqueles que talvez não merecessem, como Voldemort. Isso se comprova do livro quatro ao seis, nas conversas que tem com Potter, e até mesmo na que tem com o lorde no Ministério, na qual o trata novamente por Tom. Essa “ousadia” de Dumbledore em sempre o chamá-lo assim vem a se entender que é uma tentativa de resgatar o bruxo que tinha potencial na juventude e que foi pervertido pelas trevas. Talvez tenha sido após essa conversa que ele tenha percebido enfim que não haveria outra alternativa senão treinar Harry para mata-lo ou morrer, já que no penúltimo livro da série ele passa a procurar os chamados Horcruxes. Isto é apenas uma teoria, levando em consideração que somente recentemente ele tomou conhecimento do artifício que Riddle usou para permanecer vivo em qualquer circunstância. Notem que não considero que ele driblou a morte, mas sim que permaneceu vivo, já que aquela sua forma que apareceu no primeiro e no quarto livros não pode ser chamada de vida propriamente dita.

Enfim, vou examinar a importância de Dumbledore em partes: Para o Mundo Bruxo, para a Ordem, para algumas pessoas e para Harry.

Fato: Dumbledore derrotou Grindewald, o bruxo que outrora fora o “Vilão do Século”. Em uma teoria que elaborei em outro momento, me permiti extrapolar um pouco e considerar que Rowling poderia ter pensado em Tao, o equilíbrio. A cada tempo haverá dois grandes bruxos a se enfrentarem, em lados opostos, o considerado Bem e Mal, e somente o vencedor poderá passar seus ensinamentos adiante. Ou seja, Dumbledore, por ter vencido Grindewald, teria a permissão de ensinar o próximo “lutador do bem” a derrotar o do mal, no caso Harry e Voldemort. Para o mundo bruxo Dumbledore é um exemplo por sua sabedoria e destreza, e é levado em consideração na maior parte dos casos em que necessitam de uma indicação.

Isto se nota na Ordem, que existiria para qualquer grande “Mestre dos Magos” do momento. Alvo é esse mestre da vez, e os seus seguidores o servem leal e cegamente. Poucos na Ordem são capazes de dizer que realmente pensam no que ele fala. Os outros apenas ouvem e obedecem. É mais interessante crer que a Ordem é importante para Dumbledore, e não exatamente o contrário. Ele realmente se importa com os membros, porém, deve acreditar que qualquer um poderia agir daquela forma, se não houvessem empecilhos. Ele confia neles e vice-versa. E eles vêem o potencial deles e vice-versa. Mas ele pensa. Eles não.

Alguns poucos personagens tem uma ligação como a de Harry com Dumbledore. Podemos citar nos dedos, possivelmente. Minerva, Severo, Hagrid, Arthur e Molly são alguns exemplos. No passado, Alvo foi aquele que lecionou Transfiguração, matéria de McGonnagall atualmente. Provavelmente foi ele quem a indicou para o cargo. Afinal, então, qual é a relevância desses fatos? É preciso lembrar que, apesar de permanecer nas sombras, Minerva sempre esteve nos momentos mais importantes da história senão envolvida diretamente, ao menos indiretamente. No dia em que Harry foi deixado com os Dursley, no dia em que Dumbledore acuou Crouch Jr., e por aí vai. E, aliás, ela é a coordenadora da casa de Harry e vice-diretora. Não é à toa que ela é tão referencial. Se não fosse por viver à sombra do bruxo e por ser tão conservadora, como o próprio Dumbledore diria, Minerva poderia ser um dos personagens mais influentes, assim como o já muito citado Alvo. É nisso que se tem de pensar. Agora que Dumbledore se foi, McGonnagall assumirá a cadeira de diretora de Hogwarts, se esta retornar, claro. Pode-se esperar algo aí.

Snape é um caso indiscutível. Ele era fiel a Dumbledore? Sim! Por que ele matou? Não se sabe. Ele teria seguido uma ordem do bruxo? Possivelmente. Então, afinal, por que ele é um potencial vilão? Por ser fraco no quesito de objetivos. Por mais que seja um dos personagens mais bem construídos da história, Severo Snape é fraco em sua vontade. É um grande legilimente, um grande enfeitiçador, um mestre em poções e muitas outras coisas. No entanto é também ambicioso e mesquinho. E isso é sua falha. Se apresentada uma solução para resolver seus problemas ele seria suscetível a pender para o mal novamente. E onde entra Dumbledore nessa história? Snape uma vez perdeu o rumo e se entregou de tal forma ao lado de Voldemort que se arrependeu. E em Dumbledore ele encontrou uma maneira de escapar. A oferta que o bruxo lhe fez foi muito melhor do que qualquer outro teria feito, incluindo o seu milorde. Snape se tornou dependente de Dumbledore então, até o sexto livro, no qual ele o matou. Agora, fugitivo, ele tem uma dívida a pagar. E se seguir como eu gostaria, ele vai faze-lo dando forças ao garoto-que-sobreviveu-mais-de-uma-vez e se sacrificar, querendo ou não. Resta torcer.

Hagrid é um caso de devoção única. O meio-gigante deve tudo que tem ao finado bruxo e mesmo agora poderá agir por ele. Possui em suas mãos habilidades únicas graças ao sangue mestiço que corre em suas veias. Quando for necessário, ele fará favores a Dumbledore e pode ser a última ponte entre o Harry de agora e o que derrotará Lorde Voldemort.

O casal Weasley é prezado por Dumbledore desde muito antes do primeiro livro. E talvez seja uma das únicas famílias em que ele confia plenamente. É crível até que ele veja em seus filhos, talvez até em Percy, guerreiros fortes para lutar ao seu lado. Os Weasley seguiriam Dumbledore aonde fosse, desde que com isso garantissem que as suas sete “crianças” permaneçam seguras. Com a morte de Alvo pode se esperar algum efeito deles.

Finalmente abordarei o crucial do meu pensamento até aqui: Alvo Dumbledore e Harry Potter. Como já dito anteriormente os dois criaram uma relação mais do que de professor e aluno, algo afetivo quase como avô e neto. Dumbledore confia e gosta de Harry e vice-versa. Tentam cuidar um do outro. Enquanto vivo, Alvo seria o exemplo que Potter seguiria, aquele que ensinaria algumas das coisas mais importantes e o livro com mais conteúdo sobre o passado do garoto. Morto, assim como Yoda e Obi-Wan, ele será apenas um conselheiro. Isto se acordar. Dumbledore deu a Harry armas que, acredito, ninguém mais poderia fornecer: Conhecimento, Fé e Confiança. Dizem que agora que ele está morto será Harry quem comandará a Ordem. É possível. Talvez até seja isto mesmo que Dumbledore gostaria que ocorresse um dia, mas não é só isso. A morte de Dumbledore é importante por ser o fator que desencadeará a transformação de Harry Potter, o garoto-que-sobreviveu, em Harry Potter, o homem-que-derrotou-Voldemort.

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Sim, o texto está grande. Não, eu não poderia fazê-lo menor. Ao contrário de uma certa autora, eu não prometo fazer uma obra menor do que minhas anteriores. Se for o caso, eu farei.
Quem quiser discutir o assunto, por favor, me procure. Estou disponível no msn: tonblack-kun@hotmail.com e no gmail: tonhiquekun@gmail.com. Até breve!

quarta-feira, novembro 01, 2006

In Veritas

O post de hoje veio graças ao pedido de um amigão, que vez por outra comenta aqui no meu quase-morto blog, que também em ocasiões raras ressuscita. É um texto argumentativo sobre o personagem favorito de muita gente da obra de J. K. Rowling: Severus P. Snape... Aqueles que AINDA não leram o sexto livro (E se são fãs, deviam criar vergonha na cara...) devem passar longe deste artigo, pois eu escracho em spoilers. Desde já avisados, bom proveito.

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A Lealdade de Severo Snape

Por Antônio P. A. Black

Possivelmente eu nem precisaria estar aqui divagando sobre este personagem, dada a quantidade excessiva de textos sobre ele nos últimos meses, desde o lançamento do sexto livro. No entanto, algo em algumas críticas me deixaram com a pulga atrás da orelha e resolvi dar o meu depoimento. Em primeiro lugar, quero deixar bem claro que encaro Severo Snape, o Príncipe Mestiço como ele mesmo se proclama, culpado de quase todas as acusações. E a pergunta que pretendo responder é: A quem ele é leal?

Ao procurar por artigos sobre o seboso encontrei no site Hogsmeade (www.hogsmeade.com.br) “Os Mistérios de Snape”, série em quatro partes escrita por alguém chamado Lord Severo que traz argumentos muito interessantes. E outros que acho muito ruim. O principal, que também irei sustentar aqui, mas com as minhas idéias, é o de que Snape só é leal a ele mesmo.

Não é absurdo e muito menos incoerente. Desde o princípio da septologia o personagem teve sua lealdade discutida, graças a eventos que soltos só confundem o leitor, mas se unidos em uma trama maior pode-se chegar a algum lugar, por mais estranho que seja. Leve em consideração a maneira como o ex-professor de Poções e, recentemente, de DCAT age com os colegas em Hogwarts e com os companheiros comensais. A primeira questão é sobre o motivo da confiança de Dumbledore em Snape e vice-versa.

Para os defensores do ambíguo personagem a cena final do diretor só revela o que já estaria preparado desde o início do livro: Snape estaria se preparando para matar o seu mentor a pedido deste e salvar Draco Malfoy. As falhas são muitas, já levantadas pelo autor citado anteriormente e por tantos outros na rede. Mesmo os fãs de Severo Snape conseguem ver que a vida de Malfoy não é mais importante que a de Alvo Dumbledore. Isto vendo pelos olhos de um estrategista, que é para o que estamos sendo condicionados ao longo dos últimos três livros, ver como alguém que entende de lutas e dos sacrifícios a se fazer. No entanto, talvez, para Dumbledore a sua vida, e ele a valorizava, podem ter certeza, estivesse perdendo a valia agora que a guerra explodiria. Sua presença se tornaria menos significante, então, por que não salvar um aluno? Apenas suposições, já que seus pensamentos continuarão ocultos até o ano que vem. Agora, vamos aos fatos. Dumbledore confiava sua vida a Snape, isto é claro, mas não quer dizer que ele teria dado ao ex-aluno o direito de tira-la. A decisão veio apenas de Snape, sendo que ele considerou o mais proveitoso. Não que isso tirasse sua lealdade. Pelo contrário, possivelmente a reforçaria, sendo que sua atitude poderia ser aprovada até mesmo pelo falecido diretor. Severo pensou ser muito melhor matar Dumbledore ali do que o deixar sob os cuidados de outro, garantir a vida de Draco e dele, e talvez dar a Voldemort o gostinho que ele queria, antes que alguém acabasse com o lorde.

Há pessoas na internet argumentando que Snape planejaria se livrar de Dumbledore, Potter e Voldemort de uma tacada só. Eu, com o poder constituído a mim neste texto, sentencio este argumento à fogueira. Relendo o Enigma do Príncipe, para que pudesse expor minha opinião com clareza, e relembrando das outras obras refiz minha imagem de Severo. Ele não era ambicioso como Rabicho. O personagem queria tudo a que tinha direito, sempre foi esta a sua vontade. Ele era e ainda é um gênio como bruxo que, ao contrário de Tom Riddle ou Alvo Dumbledore ou até mesmo Lílian Evans, não viu na fama e glória o seu caminho. Não, ele sempre foi recluso. Vejam que em Hogwarts ele não almejava nada mais que o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas, o qual pensava merecer por suas habilidades. Poderia ele muito bem desejar a cadeira de Vice-Diretor ou qualquer outra posição de poder. Essa vontade de se posicionar esteve presente nos seus anos como Comensal, sendo que perseguia os ideais de Lorde Voldemort. Enquanto Lúcio Malfoy, Belatriz Lestrange, Bartô Crouch Jr. buscaram o poder do “milorde” Snape assumia o papel de espião, provavelmente para ser o mais fiel dos seguidores.

Que atire a primeira pedra quem nunca errou. Snape poderia saber o que fazia ao entregar os pais de Harry? Sim, com certeza haviam chances. Ele não é bobo, desde cedo já treinava Legilimencia. Então o que diabos moveria esse homem por esta empreitada? Como afirmei no começo do texto ele é leal a si mesmo, ao que acredita ser correto. Quando em o Enigma ele se irrita com Harry poder chamá-lo de covarde ele prova esta minha colocação. Ele nunca foi covarde. Quando abandonou o lorde para se unir a Dumbledore ele não era covarde, quando retornou ao lado dos comensais pela Ordem ele também não estava sendo covarde. Muito certo é de que ele seria um dos mais corajosos homens de Dumbledore. Seu defeito é a arrogância, a incapacidade de aceitar que até mesmo aqueles que ele subestima possam mudar essa figura. É isso que ele demonstra diante de Harry. Quando o menino entrou em Hogwarts Snape fez um pré-conceito que até o presente momento não abandonou, acreditando piamente que o garoto não teria muito a oferecer. A tendência é que este pensamento sobre Harry mude no último livro, para que Snape possa auxiliar na investida final contra Voldemort. E é aqui que chegamos aos meus pontos finais.

Conversando algumas vezes com Ludmila Souza, uma grande amiga e companheira de fã-clube, e também fã do bruxo-tema, cheguei a um desejo profundo pelo sacrifício de Severo Snape. Não a sua morte nas mãos de Voldemort ou Harry Potter, mas sim a sua tentativa final de encaixar tudo nos eixos. Para que isso ocorresse, porém, ele teria de mudar seus conceitos e repensar no que é preciso ser feito para o término da guerra. Que isso vai demorar e pode não acontecer eu já sei, mas reservo a idéia como a de um final no mínimo interessante.

Afirmo então que Severo Snape é culpado. Culpado de matar Alvo Dumbledore, culpado de diversas vezes ser injusto com Harry Potter, culpado de discriminar as outras casas de Hogwarts, culpado de agir como bem deseja, culpado de se meter em qualquer enrascada para fazer o que acha correto, culpado por ter seus ideais, independente dos de Dumbledore, Voldemort ou qualquer outro. Severo Snape, que os seus momentos finais sejam benéficos e prazerosos aos leitores.

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Aqueles que tiverem a ousadia e bons argumentos para discordarem de mim, por favor, me contatem. Adoraria discutir pontos de vista e expor algumas idéias que ando tendo.
A propósito, meu email é tonhiquekun@gmail.com. Estejam convidados a me enviarem mensagens.