Mais uma de Harry Potter...
Olá garotos e garotas. Sentiram minha falta? *barulho de grilos* Err... Esqueçam. Voltei para deixar aqui mais uma fic de minha autoria, dessa vez com outro personagem que geralmente é menos abordado nas histórias mas que em minha opinião possui um grande caráter e importância. Leiam a seguir. Ah sim. Enquanto estive ausente escrevi dois artigos, um tratando de Dumbledore e outro de Snape. Quem quiser dar uma olhada que me procure sim? Talvez eu os publique aqui, se houver algum interesse... Meu ou de quem realmente ler isso aqui. Bem... Abraços e beijos a todos. Até a próxima!
Ton-Black-Kun
“Eu acabei de matar alguém”, era o pensamento que cortava a cabeça dele há algumas horas. Ainda estava com o espelho na mão. As pessoas que passavam por ele o cumprimentavam pelo feito. Havia conseguido derrotar uma das mais esguias fugitivas de Azkaban nos cinco últimos anos e isso incluía o grande Sirius Black, que fora inocentado recentemente e descobriram já estar morto. Ele, é claro, não se sentia tão bem assim como eles pensavam. Muito pelo contrário. O espelho que carregava não era um símbolo de vitória. Ele simplesmente não conseguia larga-lo e provavelmente ninguém conseguiria, ou ao menos tentara, tirar dele.
Os olhos continuavam esbugalhados como ficaram na mesma hora em que ele soltou aquele simples Accio sobre o espelho que o salvara da maldição da morte e terminara a vida de Belatriz Lestrange, uma das mais fiéis de Voldemort, se não a maior. Os amigos o haviam tirado de lá e o deixado no acampamento dentro dos terrenos de Hogwarts há quase três horas, apenas para que ele fugisse dos repórteres. Não conseguiu fugir dos próprios colegas. Helena MacMador já o questionara treze vezes se isso fora uma manobra treinada com os aurores e Flávio Slater ficou procurando com ele para pegar umas “dicas” já que queria capturar alguns comensais na próxima empreitada. Ele pareceu arrogante ao não responde-los, mas a verdade é que ele estava longe. Retornara ao Hospital St. Mungus vendo os seus pais deitados, com os olhos arregalados, encarando e não reconhecendo seu único filho por causa dos feitiços da mesma bruxa que ele matara.
Gina, uma de suas melhores amigas, o dissera que ele não a havia matado. Belatriz atirara o feitiço da morte nela mesma ao tentar acerta-lo. Ele apenas fora o recondutor do feitiço. E fim. Na realidade, todos os seus melhores amigos, os Weasley, Hermione, Lupin e outros disseram coisas parecidas. Apenas duas pessoas não o tinham consolado. Harry, que ainda não voltara do treinamento, e... Luna.
Luna povoou seus pensamentos durante os três meses em que se preparou para se unir à Ordem. Não apenas se tornara uma peça importante do xadrez de sua vida como figurava agora como a mais importante. Ela era a rainha e ele o rei. Só que a menina, desatenta como era ao mundano, não percebia isso. Ele tentara contata-la inúmeras vezes antes de sair no ataque daquela noite e foram todas em vão. Ela devia estar escrevendo algo com o pai ou quem sabe preparando-se para um dos rituais em que se tornara fantástica. Graças a ela a Ordem adquiria um arsenal de artigos mágicos novos absurdos. Ela só não era tão boa quanto os irmãos Weasley, óbvio. Os gêmeos tornaram os aurores 200, não, 300% mais eficientes por causa de suas invenções. Mas para Neville ela era a melhor.
Um barulho se ouviu e a luz do luar invadiu a tenda. Ele não ergueu os olhos, pensando ainda serem os colegas querendo fazer comentários importunos ou perguntas idiotas. A voz que ouviu fê-lo estancar e piscar pela primeira vez naquela noite.
- Neville? – chamou Harry, fechando a cortina da tenda e se aproximando.
O exímio herbologista e curandeiro da Ordem levantou a cabeça e encarou Harry, seu líder e amigo, que apesar de tudo não via há algum tempo.
Os cabelos dele estavam cada dia mais compridos e agora estavam mais ou menos no queixo. Seus óculos, antes levemente quebrados, pareciam ter sido concertados um grande número de vezes e o feitiço estava perdendo o efeito, já que em alguns pontos o vidro trincara ou o aro tinha uma dobrinha. Por fim, as roupas lembravam muito as que ele usara no primeiro ano, a diferença é que dessa vez acontecia um efeito contrário. Ele havia crescido um pouco e elas estavam apertadas.
- Oi, Harry. – ele respondeu abaixando os olhos novamente.
- Você está bem? – perguntou o garoto-que-ainda-sobrevivia se agachando até estar cara a cara com Neville.
- O que você acha? – perguntou Neville e sentiu que iria explodir. Não pode conter – Eu matei alguém diabos! Eu matei Belatriz Lestrange e não importa o que digam, eu fiz por vingança sim!
O silêncio permaneceu por instantes até Harry bufar e dar uma risadinha.
- Eu sabia que você se sentiria assim. Eu quase passei pelo mesmo. Lembra da vez em que encurralei o Snape? Pois então, a sorte dele é que me convenceu do contrário ANTES de eu corta-lo ao meio. Matar alguém não é legal, Nev, eu sei disso. Dumbledore me disse uma vez que isso destrói a gente, parte a nossa alma. Foi assim que Voldemort pode criar aqueles malditos Horcruxes que tenho perseguido desde o começo do ano passado. Eu não esperava que você se sentisse bem, eu só queria ter certeza.
- Se eu me sentisse bem eu não seria melhor do que ela.
- Isso é verdade. Mas veja por esse lado. Ela que lançou o feitiço. Você o desviou e possivelmente é culpado por isso, no entanto, quem conjurou foi ela. Belatriz Lestrange cometeu a maior burrada de sua vida e pagou por isso.
Neville teve de concordar e só balançou a cabeça.
- Eu deveria te agradecer, sabe? – E completou quando o garoto levantou os olhos assustado – Ah... Bem, não sei se você lembra, foi ela quem matou meu padrinho. Ela lançou Sirius através do portal. Eu estava com ódio dela há muito tempo. Só não tive como persegui-la.
- E eu fiz o trabalho sujo. Grande! Nem sabia que tinha poder para isso.
Harry então ficou sério. Isso assustou Neville e ele passou a observar a ponta dos sapatos sem saber porquê.
- Nev... Eu tenho uma coisa pra te contar que deveria ter contado há muito tempo e não tive coragem...
E começou a repetir a história que ouvira de Dumbledore há praticamente dois anos. Falou da profecia e da interpretação de Voldemort. Da escolha que ele fez e de que talvez os Longbottom é que teriam sido atacados. Não omitiu nenhum detalhe, mesmo quando Neville começou a chorar. Terminou e ficou em silêncio, esperando que ele falasse algo. Nada veio. Suspirou e então encarou a porta.
- Eu sei que não há o que eu diga que altere a situação agora. Porém, outra pessoa aqui presente pode te dizer algo que possa te confortar. Eu espero que você entenda. Se quiser me bater, pode vir, estarei esperando na minha tenda. Se quiser estragar tudo o que eu tenho, com exceção dos meus amigos, pode fazer que nada retrucarei. Só não deixarei me matar porque tenho uma importante missão antes. E peço que pense, Neville Longbottom, que você tem pelo menos uma vantagem sobre mim: Você não foi o escolhido.
E com essas palavras Harry deixou a tenda e fez com que Neville o seguisse, mudo, e notasse a pessoa parada na porta, com lágrimas nos grandes olhos. Os cabelos louros não pareciam sujos. Na verdade estavam bem limpos e reluzentes, refletindo a luz da lua. Ela estava com as mãos diante do rosto e tremia um pouco.
- Nev... – começou ela e bastou.
Ele finalmente largou o espelho e a abraçou. Sentiu seu pequeno corpo dentro de seus braços e conseguiu voltar a respirar. Aquela noite ele recebera vários choques. E também aquela noite ele a chocara. A mudança acontecer e já se completara. Ele era outro homem. E a partir de agora, ele seria um grande homem.
- Eu te amo, Lu... – disse ele nos ouvidos dela.
- Obrigada... – respondeu ela na linguagem dela – Eu acho que também gosto muito de você...
Ele sorriu.
Ton-Black-Kun
Pesadelos da Guerra
“Eu acabei de matar alguém”, era o pensamento que cortava a cabeça dele há algumas horas. Ainda estava com o espelho na mão. As pessoas que passavam por ele o cumprimentavam pelo feito. Havia conseguido derrotar uma das mais esguias fugitivas de Azkaban nos cinco últimos anos e isso incluía o grande Sirius Black, que fora inocentado recentemente e descobriram já estar morto. Ele, é claro, não se sentia tão bem assim como eles pensavam. Muito pelo contrário. O espelho que carregava não era um símbolo de vitória. Ele simplesmente não conseguia larga-lo e provavelmente ninguém conseguiria, ou ao menos tentara, tirar dele.
Os olhos continuavam esbugalhados como ficaram na mesma hora em que ele soltou aquele simples Accio sobre o espelho que o salvara da maldição da morte e terminara a vida de Belatriz Lestrange, uma das mais fiéis de Voldemort, se não a maior. Os amigos o haviam tirado de lá e o deixado no acampamento dentro dos terrenos de Hogwarts há quase três horas, apenas para que ele fugisse dos repórteres. Não conseguiu fugir dos próprios colegas. Helena MacMador já o questionara treze vezes se isso fora uma manobra treinada com os aurores e Flávio Slater ficou procurando com ele para pegar umas “dicas” já que queria capturar alguns comensais na próxima empreitada. Ele pareceu arrogante ao não responde-los, mas a verdade é que ele estava longe. Retornara ao Hospital St. Mungus vendo os seus pais deitados, com os olhos arregalados, encarando e não reconhecendo seu único filho por causa dos feitiços da mesma bruxa que ele matara.
Gina, uma de suas melhores amigas, o dissera que ele não a havia matado. Belatriz atirara o feitiço da morte nela mesma ao tentar acerta-lo. Ele apenas fora o recondutor do feitiço. E fim. Na realidade, todos os seus melhores amigos, os Weasley, Hermione, Lupin e outros disseram coisas parecidas. Apenas duas pessoas não o tinham consolado. Harry, que ainda não voltara do treinamento, e... Luna.
Luna povoou seus pensamentos durante os três meses em que se preparou para se unir à Ordem. Não apenas se tornara uma peça importante do xadrez de sua vida como figurava agora como a mais importante. Ela era a rainha e ele o rei. Só que a menina, desatenta como era ao mundano, não percebia isso. Ele tentara contata-la inúmeras vezes antes de sair no ataque daquela noite e foram todas em vão. Ela devia estar escrevendo algo com o pai ou quem sabe preparando-se para um dos rituais em que se tornara fantástica. Graças a ela a Ordem adquiria um arsenal de artigos mágicos novos absurdos. Ela só não era tão boa quanto os irmãos Weasley, óbvio. Os gêmeos tornaram os aurores 200, não, 300% mais eficientes por causa de suas invenções. Mas para Neville ela era a melhor.
Um barulho se ouviu e a luz do luar invadiu a tenda. Ele não ergueu os olhos, pensando ainda serem os colegas querendo fazer comentários importunos ou perguntas idiotas. A voz que ouviu fê-lo estancar e piscar pela primeira vez naquela noite.
- Neville? – chamou Harry, fechando a cortina da tenda e se aproximando.
O exímio herbologista e curandeiro da Ordem levantou a cabeça e encarou Harry, seu líder e amigo, que apesar de tudo não via há algum tempo.
Os cabelos dele estavam cada dia mais compridos e agora estavam mais ou menos no queixo. Seus óculos, antes levemente quebrados, pareciam ter sido concertados um grande número de vezes e o feitiço estava perdendo o efeito, já que em alguns pontos o vidro trincara ou o aro tinha uma dobrinha. Por fim, as roupas lembravam muito as que ele usara no primeiro ano, a diferença é que dessa vez acontecia um efeito contrário. Ele havia crescido um pouco e elas estavam apertadas.
- Oi, Harry. – ele respondeu abaixando os olhos novamente.
- Você está bem? – perguntou o garoto-que-ainda-sobrevivia se agachando até estar cara a cara com Neville.
- O que você acha? – perguntou Neville e sentiu que iria explodir. Não pode conter – Eu matei alguém diabos! Eu matei Belatriz Lestrange e não importa o que digam, eu fiz por vingança sim!
O silêncio permaneceu por instantes até Harry bufar e dar uma risadinha.
- Eu sabia que você se sentiria assim. Eu quase passei pelo mesmo. Lembra da vez em que encurralei o Snape? Pois então, a sorte dele é que me convenceu do contrário ANTES de eu corta-lo ao meio. Matar alguém não é legal, Nev, eu sei disso. Dumbledore me disse uma vez que isso destrói a gente, parte a nossa alma. Foi assim que Voldemort pode criar aqueles malditos Horcruxes que tenho perseguido desde o começo do ano passado. Eu não esperava que você se sentisse bem, eu só queria ter certeza.
- Se eu me sentisse bem eu não seria melhor do que ela.
- Isso é verdade. Mas veja por esse lado. Ela que lançou o feitiço. Você o desviou e possivelmente é culpado por isso, no entanto, quem conjurou foi ela. Belatriz Lestrange cometeu a maior burrada de sua vida e pagou por isso.
Neville teve de concordar e só balançou a cabeça.
- Eu deveria te agradecer, sabe? – E completou quando o garoto levantou os olhos assustado – Ah... Bem, não sei se você lembra, foi ela quem matou meu padrinho. Ela lançou Sirius através do portal. Eu estava com ódio dela há muito tempo. Só não tive como persegui-la.
- E eu fiz o trabalho sujo. Grande! Nem sabia que tinha poder para isso.
Harry então ficou sério. Isso assustou Neville e ele passou a observar a ponta dos sapatos sem saber porquê.
- Nev... Eu tenho uma coisa pra te contar que deveria ter contado há muito tempo e não tive coragem...
E começou a repetir a história que ouvira de Dumbledore há praticamente dois anos. Falou da profecia e da interpretação de Voldemort. Da escolha que ele fez e de que talvez os Longbottom é que teriam sido atacados. Não omitiu nenhum detalhe, mesmo quando Neville começou a chorar. Terminou e ficou em silêncio, esperando que ele falasse algo. Nada veio. Suspirou e então encarou a porta.
- Eu sei que não há o que eu diga que altere a situação agora. Porém, outra pessoa aqui presente pode te dizer algo que possa te confortar. Eu espero que você entenda. Se quiser me bater, pode vir, estarei esperando na minha tenda. Se quiser estragar tudo o que eu tenho, com exceção dos meus amigos, pode fazer que nada retrucarei. Só não deixarei me matar porque tenho uma importante missão antes. E peço que pense, Neville Longbottom, que você tem pelo menos uma vantagem sobre mim: Você não foi o escolhido.
E com essas palavras Harry deixou a tenda e fez com que Neville o seguisse, mudo, e notasse a pessoa parada na porta, com lágrimas nos grandes olhos. Os cabelos louros não pareciam sujos. Na verdade estavam bem limpos e reluzentes, refletindo a luz da lua. Ela estava com as mãos diante do rosto e tremia um pouco.
- Nev... – começou ela e bastou.
Ele finalmente largou o espelho e a abraçou. Sentiu seu pequeno corpo dentro de seus braços e conseguiu voltar a respirar. Aquela noite ele recebera vários choques. E também aquela noite ele a chocara. A mudança acontecer e já se completara. Ele era outro homem. E a partir de agora, ele seria um grande homem.
- Eu te amo, Lu... – disse ele nos ouvidos dela.
- Obrigada... – respondeu ela na linguagem dela – Eu acho que também gosto muito de você...
Ele sorriu.