sábado, junho 03, 2006

Meu pedido... Meu pedido...

Bem, eu já tentei postar uma vez e o blogspot não colaborou... Ou talvez tenha sido o IE... Que seja... Agora estou no Mozilla e não vou conseguir repetir tudo que escrevi na outra vez. Então vou ser bem direto e rápido. Ontem eu queria postar, só que não tinha tempo nem inspiração. Aí resolvi deixar pra hoje. Infelizmente ainda estou sem isso, então vou aproveitar para fazer outra coisa antes da minha historinha. Acontece que eu tenho como projeto tentar mudar o código dessa coisa e conseguir substituir esse título escrito tosco por uma imagem que meu irmão fez. Aí eu vou o unir útil, a opinião de vocês, ao agradável, fazer vocês lerem e comentarem, e pedir que, caridosamente, dêem sua opinão sobre a imagem a seguir, se deve ser feito ou não e se ela tá boa ou tem que mudar "isso" ou "aquilo", certo? Brigado. ;) (Cliquem nela para aumenta-la)
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Finite

Jazia uma carcaça na calçada. Mais uma no meio daquela imensa megalópole. A Utopia do urbanismo se sintetiza nesse novo mundo onde a roupa comum é o terno e o calçado incomum é o chinelo. Saibam os sábios que o verde ainda sobrevive, agora em reservas. A polícia é organizada e o crime desorganizado. Tudo seria perfeito não estivesse faltando uma simples adição à essa equação. O livre-arbítrio. Em meio à perfeição, o mundo se tornou unânime e ao mesmo tempo burro. Crianças estudam pensadores de há mais de cinqüenta anos, que não podem mais influenciar seus ideais. Não existem mais escritores de renome na ficção. Os livros de auto-ajuda se tornaram essenciais nessa nova vida, mas não para fazerem seguir um novo rumo, mas entender como funciona o já tomado desde criança.

Você pode escolher só se prefere trabalhar com comunicação, técnico ou lecionando. E isso aos sete anos de idade. Porém, nem sempre foi assim. Há quase cem anos, quando tudo ainda era sujo e cruel, o crime era organizado e a polícia desorganizada, bem, nessa época de “caos”, alguns poucos tendiam a mudarem os eixos do mundo. Agora eles eram colados com Super-Bonder, e não é de 1,99. Vícios não mais em qualquer coisinha e sim nos remédios de “assimilação”, os antigos anti-depressivos. Viva do modo certo ou fique fora do caminho.

E em meio a essas crianças criadas em fábrica, há um idoso. Não vou mentir e dizer que ele seria um revolucionário ou um pensador, só que ele tem oitenta e sete anos e pelo menos alguma coisa do velho mundo ele conheceu. Amou, odiou, fez escolhas e se adaptou ao novo sistema mais rápido do que seria possível imaginar. No entanto, algo dentro de si dizia que ele não era feliz. Enquanto as pessoas eram preparadas para uma evolução, ele questionava-se se aquilo tudo funcionaria. Não, não era porque ele achava que as pessoas deviam ser mais livres. Pelo contrário, ele aprovava a idéia da educação fracionada e do condicionamento. Ele só não compreendia se isso era sim um passo a mais para a evolução.

Passava todos os dias em jardins ambientais climatizados para aposentados como ele, desfrutando desse privilégio concedido há quase quarenta anos. E via os animais concebidos para viverem ali, agindo por seus instintos. Ele sabia o que era aquilo. E sabia o que era sorrir. O condicionamento não lhe travava, lhe proibindo de algo, só não lhe dava as opções. Se quisesse, teria de descobrir por si mesmo. O velho, um dia, resolveu parar na beira do parque e observar os dois mundos em contraste. A ferragem, o vidro e a atividade plena e constante do mundo de lá. E a vida, o verde, o inconstante ânimo do mundo de cá. Comparou os dois e pela primeira vez, ele entendeu. Sabia qual era o caminho agora, que ao menos ELE deveria seguir. Mas deveria deixar sua mensagem. Talvez eles entendessem também.

Subiu em uma das empresas locais, cujos prédios alcançam mais de 20 andares. Lá em cima contemplou o mundo pela última vez. E se lançou.

A queda foi lenta e proveitosa. Não viu toda sua vida em câmera lenta, nem chegou a pensar nisso. Só pensou em abrir suas asas. E foi o que fez. Abriu os braços e planou, voou para longe. Deixou que a carcaça caísse nas ruas limpas e deixasse sua marca. Subiu aos céus azuis e pediu que pelo menos um par de olhos o visse, visse o resultado daquele sacrifício pessoal. E voou para longe.

Lá embaixo, a carcaça era examinada, um corpo vazio. A turma que se formou em volta não entendeu. Não eram acostumados mais a esse tipo de acontecimento. Nem perceberam que o velho não morrera. Não, ele estava vivo. Havia vencido seus medos e se tornado um anjo. Pois neste mundo limpo de pecados, os homens poderiam se tornar anjos. Era só eles não se tornarem máquinas.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Linda história... meio triste, mas ainda assim, linda...

E quanto a figura-título, diz pro jorge colocar um pouco mais de destaque nas palavras... Tá meio dificil de enxergar elas... Só isso.

Beijos!!! Te amo!!!

junho 04, 2006 12:55 AM  
Anonymous Anônimo said...

Cara... adorei!
Uma espécie de "Admirável Mundo Novo" não tão perfeito, os resquícios do mundo antigo, a frase final de impacto, tudo muito legal! É o caminho que estamos tomando, ou não... E a frase final faz pensar. Não, não devemos nos transformar em máquinas!

junho 07, 2006 11:08 PM  

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