terça-feira, maio 16, 2006

Dia Sim, Dia Não

Dia sim, dia não, eu procuro pensar em tudo que me cerca e chegar a concluões. Hoje foi o dia do Sim. E não por vontade própria, mas por situações que afetam meu cotidiano. Tenho dito que sou culpado por elas, admito humildemente, ainda assim, esperava que não fosse tão impactante. Os comentários do dia serão curtos: Trabalhei pouco, mas fiz algo de útil. Conversei muito com o Gui hoje e isso é legal. É bom voltar a ter conversas divertidas com meu nii-san, sabe? Meus irmãos mais novos (Jorge, de verdade, e Paulo) têm idéias boas, só que o Gui (Assim como o Digo) são mais crescidos, têm mais experiência assim como eu. Levei broncas, remendas e a trancos e barrancos, cheguei à um ponto diferenciado da minha relação acadêmica. Como antes, admito ter sido erro meu e peço desculpas por isso. Não queria afetar ninguém. Perdão. Só que não adianta ser perdoado, o caminho já está alterado.
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Tortura. O Escuro te consome aos poucos. E não há saída.

Há anos, ele vaga por entre as sombras de um passado distante. O Ódio inicial se tornou Medo após alguns anos. Logo, o Medo foi se tornando Acomodamento. Se acostumou. Não importava mais que não visse a luz. Mas então, algo aconteceu. A luz veio como algo muito ruim. Queimava.

E ele reassumiu o controle. Sentiu a vida por alguns segundos, antes de ser novamente tragado em Trevas. E o Ódio voltou.

Assim era há décadas. Parcos momentos de controle, que faziam não mais do que trazer esperanças. Ele era e não era ele mesmo em raros instantes.

Um dia, pensa, fora Tom Servoleo Riddle, filho de uma bruxa com um rico trouxa. Ele odiava esse fato. Não que realmente tivesse motivos para amar ou odiar o pai, afinal não o conhecera. Mas sua atitude e a discriminação dos trouxas trouxerem esses sentimentos ao pobre jovem órfão. E o Ódio nasceu.

Se sentia rejeitado por uma sociedade que o tratava como inferior, e isso o fez mudar. A mudança foi sutil ao mundo em geral, não aos sábios. Alguns tentaram impedi-lo. Um único, o impulsionou a continuar. Esse nobre bruxo das Trevas foi sua porta para o mal. E também seu cárcere. Uma vez iniciado nas artes malignas, sempre traria esse estigma.

O entusiasmo nasceu. Finalmente conhecia algo em que era bom. Fora criado para isso. Nada mais. Teria poder. Almejava poder.

...

Dor. O Escuro te penetra com força. Te torna fraco.

Um dia almejava o poder. Mas o poder também almejava um receptáculo que possibilitasse sua diversão.

Sabendo de sua descendência, fizera um pacto com a cobra. E a cobra e ele se tornaram uno.

Quando mais Voldemort crescia, mas Tom se aprofundava no Vazio. Um dia, deixaria de existir. E então o Mal seria absoluto.

E então a Luz realmente surgiu.

Como um garoto, apenas um bebê, ele seria a chave para banir Voldemort da existência. E Tom poderia descansar.

A mente temia, mas Tom se exaltava. Havia uma chance de que o sofrimento acabasse. Se sacrificaria por alguma chance. E ela aparecera.

A influência sobre o outro lado começou lenta. Aos poucos, se tornava mais forte. Até que plantou a vontade. Voldemort precisaria acabar com o garoto Potter.

...

Calma. O aprisionamento terminara. Mas ainda vivia.

Que havia de errado? Não fora suficiente a magia que recebera? O impacto o fizera jurar que estaria tudo acabado. Estava morto.

Sibilava em seu trono, observando. Suas peças colocadas, brincou de guerra. E um dia, sentindo-se ameaçado perdera. Seu corpo fora destruído. Seu lado negro simplesmente lutou pra sobreviver como uma energia. Mas ele desistira. Pra que viver se não poderia aproveitar?

Era para não conseguir ao menos se mexer. Não. Ele se mexia. E mais! Ele poderia se tornar pior do que já era.

Esforço jogado fora. Tudo em vão. A dor voltaria, a solidão também.

Como desejava nunca ter ouvido as palavras do velho bruxo! Como ansiava por voltar atrás e ouvir o que Alvo tinha a dizer. Via agora que fora fraco. Mais do que acusava serem todos os outros.

Fraco, por não saber distinguir o que os sonhos de malefícios lhe trariam e o que ficaria na vontade. Sabia agora porque Slytherin falhara. Gryffindor, Ravenclaw e Hufflepuff possuíam um poder maior.

Estaria disposto a mudar tudo, se tornar o exemplo de todos os que como ele não tinham família. Mas Riddle nunca voltaria ao controle do corpo em que crescera. Um dia, fizera o pacto, agora, pagaria pelo que desejara.

Em seu âmbito escuro, Riddle procurava por solução. Lamentava aos berros, mas no fundo de Voldemort ninguém o ouviria. Pelo menos assim achava.

...

Sentia-se pesado. Havia algo de diferente ali. Sempre que era transportado para algum lugar, era para a sala onde o destino de Sirius fora traçado. E agora, aquela escuridão. Algo realmente estava errado.

A princípio, considerou que estivesse para acordar. Vagou, buscando uma saída, uma indicação de onde estava ou ao menos alguém para lhe dizer que diabos acontecia. Parou ao avistar uma porta com um símbolo talhado. Conhecia bem aquele símbolo. Era a cobra de Slytherin.

Respirou profundamente. Se já estava errado estar no escuro, estar no escuro com uma porta que tinha o símbolo da casa rival, era realmente estúpido! Então, a idéia veio. Sabia onde estava. E não gostou. Estava novamente na mente de Voldemort.

Gritou, indignado, inúmeras ofensas. Não bastava ser torturado toda noite com lembranças do que ocorrera no Departamento? Agora aquele monstro também tinha de voltar a aparecer nos seus sonhos?

Calou-se. Ouvira um gemido. Não, mais que isso. Eram murmúrios. Havia mais alguém ali. Virou-se, com calma, pronto para combater quem fosse.

E viu. Mas não acreditou. Preso por grotescas correntes em formato de serpentes, estava Tom Riddle. O alter-ego de Voldemort permanecia aprisionado em sua mente.

Aproximou-se e o prisioneiro notou. Os dois se encaravam, incrédulos e ninguém ousou dizer nada. Não até que tudo fosse absorvido.

Precisariam, no máximo, de olhares para aquela conversa. Entendiam, um ao outro, como iguais. Verdadeiramente, o eram. No dia em que haviam se ligado pela primeira vez, trocaram também de energias.

Tom foi o primeiro a negar. Não era igual à Harry. Era muito inferior. Harry argumentou, comentando que lamentava, mas não era tão nobre quanto pensavam. A conversa cessou.

O mútuo entendimento fez com que Harry pensasse que poderia libertar Tom. Mas não podia. Inúmeros golpes, feitiços, truques foram utilizados. Mas Tom continuava preso.

Com uma tristeza desconhecida, somada à pena e um sentimento de incapacidade, Harry desistiu. Caindo no chão, passou a chorar. Chorar por alguém que devia odiar.

Afinal, Tom ainda era Voldemort, por mais que tivesse se tornado a parte boa do monstro. Harry ainda assim sabia. Não existe bem sem mal e vice-versa. Ele mesmo tinha todos os defeitos que poderiam confirmar isso. Ele também poderia ser mal. Muito mal.

Veio então a idéia. Como uma das luzes que Tom avistara em seu longo aprisionamento. Ainda havia esperança. O esforço seria imenso, mas bastaria.

E ele o fez. Lançou o feitiço, mais forte que todos os conhecidos por Voldemort. Algo mais antigo que o próprio Lumus. Verdadeira magia, aquela que vem do coração. E Tom sumiu.

...

Harry acordou dois dias após, somente. Suado, tremendo. Sentiu algo de novo em si. Era algo diferente, muito diferente. Olhou-se no espelho ao lado do armário. Estava idêntico ao que era antes. Mudara, só não sabia aonde. Ainda não.

Com o tempo, notaria como melhorara. Descobriria o motivo algum dia com o auxílio de Hermione, talvez.

...

Tom havia escapado. E Voldemort sabia disso. Aonde fora, desconhecia. Escapara, por entre seus finos dedos. Praguejou.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

:O
nao entendi o pedido de desculpas, pra quem era? e qual a causa?

maio 16, 2006 11:37 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sem paciência para comentar...

Gostei do texto... ficou meio confuso, mas isso é legal! hehe

Adoro textos com quebras...

Bjos!!!

maio 18, 2006 9:25 PM  

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