quinta-feira, junho 01, 2006

Mais uma do Ton

Olá a todos, cá estou eu, novamente em ritmo de festa. Por quê? Porque voltei a escrever, meus caros! E com a corda toda. Adoro isso, voltar a ser eu mesmo, criando linhas e linhas de vidas infinitas. Aliás, quero deixar de lado os comentários do dia hoje para colocar aqui uma definição que fiz muito interessante para minha namorada em nossas conversas. Vejam se concordam...
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É esse o poder de um escritor...
Ser um semi-deus...
Eu não posso passar dos limites impostos pelo Deus em que acredito...
Ou seja, eu crio tanto quanto sei e consigo...
E dentro do que crio...
Tento passar uma mensagem a mim e talvez ao mundo...






Quer saber qual o poder do fotógrafo? Imagine que Deus fosse cego...
E não oni-presente... Qual seria a graça de um mundo feito de sons?
É preciso ousar...
Exemplificar...
Nomes não são nada se apenas nomes...

Eles precisam de corpos...
E pra isso vocês existem...
Vocês aprenderam a doar vida às palavras...
Traduzi-las em imagens perfeitas...

O poder do fotógrafo é criar uma cena...
Um mundo...
Em apenas um quadrado...

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Cronos

Eu sou Cronos. Como mortal, assumi há trinta anos o nome de Simão. Estou entre os homens há tantos séculos que eles nem mais podem se recordar de mim. Vi dinastias nascerem, alcançarem seu auge e sofrerem com a queda, por mais gloriosa que fosse. Ah, conversa, a maioria delas foi vergonhosa. Vejo-os de perto, pois sou o encarregado dos superiores para documentar seu caminho. Esta é a minha história.

Há mais ou menos cento e quinze anos conheci uma jovem. Uma bela jovem inglesa. Seu nome era Samantha Simms. Esquisito não? Eu também achei e por isso fui atraído. A princípio não compreendi o porquê de tanta atenção que voltava a ela. Com o passar dos dias, passei a considera-la importante e deixei de documentar outros fatos. Apenas ela, com seu sorriso sincero, era interessante. Ainda assim, sendo este terreno desconhecido para mim, me mantive longe. Infelizmente, ou talvez muito felizmente, a situação avariou meu sistema de furtividade e após um ou outro momento constrangedor ela veio até mim, rindo com aquela risada gostosa de menina-moça.

Nos apresentamos. Eu na época me denominava Alexander Street. Estado-unidense de vinte e dois anos. Indicação de outro amigo eterno. Ele e suas excentricidades. Acontece que Sam também se encantou por mim e embarcamos juntos em uma viagem pela Europa. Já a conhecia de cor, mas não deixei isso claro. Fiz questão de redescobri-la ao lado de Sam. Foi gostoso para falar a verdade. Aprendi sobre os homens mais naquelas semanas do que em todos os milênios ao seu lado. E olha que conheci até mesmo o filho de Deus e pude compartilhar de uma conversa agradável com ele. Naquela época ele me explicou o amor. Eu, obviamente, não entendi. Precisei experimentar para compreender sua imensidão.

Complexo é o coração mortal. Desvenda claramente os segredos de paixão e raiva. De amor e ódio. De importância e indiferença. No entanto, é um leigo quanto à falta. Quanto ao sentimento de saudades.

Sam já sabia, no seu âmago, no que resultaria. E por isso tentou me afastar. Inúmeras vezes. Porém, eu, logo eu um eterno, não quis. Sempre acabava atrás dela. A abraçava e beijava a ponta de sua orelha, o ponto cego dela, onde ela se derrete. Fiz tantas vezes que quase perdeu o efeito.

E vivi tantos anos ao seu lado. Como foi bom.

A princípio cometi o erro de não me deixar envelhecer. E Sam notou isso, com certeza, mas nunca comentou. Ela sabia que eu possuía segredos imortais que nunca poderiam ser revelados. Engraçado, ela me entendia muito mais do que eu mesmo. Quando chegou à casa dos cinqüenta, eu já havia moldado meu corpo e também aparentava ser velho. Assim, pude permanecer próximo sem que ela se sentisse desconfortável.

Morte, um dos meus irmãos imortais, caminha entre nós há milhões de anos. Ele é um caçador. Nós o chamamos de Mortimer e ele até que é gente fina. Só que não atrasa seu trabalho nem a pedido de um irmão. Enfim aconteceu. Mort, como eu o apelidei, teve de levar minha amada.

Compareci ao seu enterro me apresentando como um filho, já com aparência jovem. Foi minha maior mentira. Sam tinha perdido sua família toda antes de me conhecer. Eu, é claro, nunca tive família... A não ser Samantha. E, creio que por causa dos meus genes imortais, nós não conseguimos gerar uma única criança. E como tentamos.

Minha identidade que havia sido perpetuada por dois séculos morreu naquele dia. Desde então, vago documentando o mundo, já sem o ânimo de antes. Falta algo nele agora.

O amor é eterno. Eu, Cronos, o documentador também eterno, estou aqui para provar.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tais escrevendo bem antonio =)

E boa sorte com tuas novas criações, to torcendo pra que tuas ideias poção fluir bem no papel fazendo com q o esforço tenha uma recompensa.Boa sorte amigo!=)

junho 01, 2006 9:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

escrevi poção sem querer hehe, eh possam*

hueheuhuee tchau

junho 01, 2006 9:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Pow, legal a historia, bem escrita e criativa...
Acredite, eu li tudo ton, hehehe
Fico massa
Tah, eh isso
Abraço, flw

junho 01, 2006 10:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

As definições... ^^ Gostei das imagens que vc colocou junto delas...

Gostei do texto... Imortalidade, isso é bem complicado... Bom e ruim ao mesmo tempo...

Esse Mort pode ser "gente fina" segundo o Cronos... Mas eu não vou muito com a cara dele... E ele já sabe disso... Já tive uns papinhos com ele... Infelizmente (ou felizmente) ele nunca quis me contar seus planos... =)

Beijos mô...

...como sempre...

...te amo

junho 02, 2006 6:31 PM  

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