sexta-feira, agosto 11, 2006

Again... Me...

Comentários: Hum, três comentários no post anterior. Eu fico empolgado, mas ao mesmo tempo triste. Empolgado por serem três comentários da minha namorada. Triste porque são só da minha namorada. Ainda não é hoje que eu motivo as pessoas a dizer algo sobre o que escrevo. Espero que ao menos gostem. ;) Novamente aqui com um texto diferente. Se aprovarem eu posso de repente me inspirar de novo. Rsrsrs Sim, isso foi meio que chantagem. Como se funcionasse. Tsc. Bom, só vim informar dos meus pensamentos. Uma boa semana a todos!

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Desvaneios de Uma Mente Solitária

“Eu estarei diante dos túmulos de todos vocês, mas ninguém estará diante do meu”.Essas palavras foram ditas de forma tão solene que poderia se julgar arrogante. Porém, quem estava lá naquela vez poderia contestar afirmando que ele estava chorando quando as proclamou. O gigante caído estava a olhar para o sol naquele dia.

“As boas coisas da vida nós só aproveitamos até o fim da juventude. Os anos seguintes só servem para tentar reencontra-las”.Tinha dito a ele seu pai. Ele só entendeu quando deixou de ser imaturo. E isso foi cedo demais, ao menos na concepção dele.

Durante todos os anos que passou ao lado daqueles que o circundavam ele não havia se deixado abater. Apenas alguns dias foram o bastante para quebrar esse seu recorde. Um amor, um coração partido, uma tentativa de adeus, um fim imprevisível, a sua queda e sua ascensão. Ele contemplou o sol pela última vez quando os abandonou. Entregou-se ao destino.

No taoísmo acredita-se que cada um tem seu TAO, seu caminho e seu destino. Para ele, seu destino seria vagar ao redor dos homens pela eternidade, vislumbrando suas ascensões, o triunfo de seus impérios, e estar ao seu lado após as violentas quedas que eles enfrentarem. Para tanto, necessitou de apenas uma decepção. Viu que não havia mais volta quando sentiu as presas se cravarem em sua carne, seus fluídos vitais saindo de seu corpo para entrar no dela. Ela o amou por aquele tempo e deu a ele o que ele queria.

Depois de fazer os preparativos finais, deixou aqueles que marcaram o seu caminho diante do pôr-do-sol e se amaldiçoou. Pagaria com sofrimento a dor que causava a eles naquele instante. Seria para sempre um banido.

E seguiu assim. Viu eles perecerem um a um. Cumpriu sua promessa e esteve diante do sepulcro de cada. No entanto, não conseguia mais chorar. As lágrimas haviam secado há décadas. Não as merecia mais.

Enfim, quando o último abandonou o campo terreno, ele passou a não ter mais o que fazer. Juntou-se a gangues e realizou atos que nunca imaginara que faria. Aprendeu a aproveitar a segunda vida por um curto tempo.

Em um final de tarde em que ousou levantar mais cedo vislumbrou os raios do sol e lembrou-se do que deixara. Sentiu o rosto ficar úmido e tocou-o. Sangue. Chorava sangue. A dor o invadiu e ele não pode agüentar, lançou-se sobre os raios solares apenas para sofrer por instantes. Esperou uma morte que não veio. Já estava morto, porém. Os raios não o machucaram. Haviam sumido por trás das montanhas. Urrou diante da lua que surgia e caiu de joelhos. Derramou rios de sangue de seus olhos e praguejou contra os deuses.

Não se sentia tentado a mais nada. Sua maldição havia se cumprido. Como uma linha de má sorte suas tentativas de um novo suicídio fracassaram todas. Sua segunda ida ao inferno se afastava cada vez mais.

Um dia, no entanto, a redenção chegou. Na forma dos mesmos cachos dourados que o motivaram a entrar naquele submundo. Ela, assim como ele, havia se entregue ao mal e estava lá, tão jovem e bela quanto ele se lembrava. A odiou e a amou. E foi correspondido.

Na cama, fizeram juras de amor falsas e obsoletas. A paixão não podia ocupar o coração falecido. Ele chorou uma vez mais.

Fez então seu último pedido. Pediu que ela o matasse. Ela, apesar de tudo, negou. Disse que não poderia fazer aquilo. Ele enlouqueceu. Saiu correndo, ainda nu, e entrou na igreja mais próxima. Postou-se em frente à sagrada cruz e mesmo com a dor percorrendo todo seu corpo, se lançou a ela. Queimou durante horas, ainda agarrado ao símbolo de fé. O sol finalmente chegou e dentro se sua luz ele notou formas. Havia falhado em sua afirmativa. Diante do seu túmulo os espíritos de seus amigos vieram honrá-lo. Descansou em paz sob os olhares acolhedores daqueles que o amavam. Enfim, em paz.

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2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Hoje vou ser bem direta.
Bonito e triste.
Sem mais o que comentar...

Beijos...

Ps: Eu te amo e jamais te deixarei só.

agosto 14, 2006 9:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

Hey o/
eu comentei no post passado também, mas parece que aconteceu algo de errado no caminho =p

Enfim, eu gosto do jeito que você escreve xD É bem parecido com o estilo de uma certa pessoa muito importante pra mim sabe, e lembra muito a forma como eu escrevia antigamente, quando eu ainda escrevia bastante. São os pontos eu acho xD se é que me entende @_@

Vontade grande de escrever ultimamente, acho que eu deveria sacodir as poeiras e tentar xD

agosto 17, 2006 11:39 PM  

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