Potta, Pottinho... Potter... Harry Potter...

Era uma tarde, não lembro se de verão, não lembro se de inverno. Após muita insistência de um, hoje, ex-amigo meu (E de esfregar o livro na minha cara), tomei vergonha e resolvi ler Harry Potter e a Pedra Filosofal. Durante cinco minutos estava eu rindo do livro. Durante os próximos trocentos e tantos minutos eu devorei o livro. Comprei em seguida o segundo livro e o primeiro. Li quatro vezes cada. E quatro vezes o Terceiro, e assim por diante. Hoje em dia, sou um dos monitores da Lufa Lufa no Portal Potter (Quem quiser conhecer e for de Floripa e região, me contate).Por isso, o que vem a seguir é uma fic que fiz esses dias. Aos fãs, vejam se aprovam essa minha versão da história. Àqueles que não são fãs, vejam se gostam desse mundo.
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Comentário do Dia: Meu quarto nunca pareceu um buraco tão grande. E tão quente... T_T
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Estrela Caída - por Ton P. A. Black

Existem mistérios que a vida não faz vazão de esclarecer. Um deles é a vida e a morte e o amor. Essas três forças existem e inúmeros poetas já tentaram explicá-las, inúmeras vezes em inúmeros textos. Nenhum deles foi sábio o suficiente.
A guerra une as três. Em uma guerra, nascem, morrem e amam pessoas em toda a sua extensão.
E cada uma das três forças gera consequências. Como a solidão, a amizade e a paixão.
...
É possível que um cemitério fique bonito? Talvez. Se ele estiver com as necessidades básicas da beleza romântica. Flores caídas ao chão, um pôr-do-sol indecentemente bonito e alguém... Bom, alguém como ela.
É irônico que logo as lágrimas de tristeza atraim nossa atenção para o rosto de alguém tão belo assim. Eu riria em outro momento, mas não agora. Agora eu choro. Choro pela morte de tantos, em tão insandecida brutalidade. Daqueles que morreram sem ao menos poder suspirar, daqueles que suspiraram e, muito mais, gritaram, batalharam ao nosso lado. Daqueles que estiveram ao nosso lado e somente ao fim nos deixaram. E daqueles que, em qualquer um dos casos, nós amamos. Por eles, nossas lágrimas não se seguram dentro dos olhos, elas escorrem pela pele, como uma chuva divina. Saem de todos os poros, de dentro do coração, quase como se nos limpássemos delas, elas fossem a presença deles nos abandonando.
"Estrela caída, nos abandonou nos amando. Se reerguerá nos céus, ainda nos amando" são os dizeres do túmulo de Molly Weasley. Idiotas! Ela nunca caiu. Mesmo sendo apenas uma senhora, era a mais forte de todos nós. Lutava por oito pessoas amadas, lutava por seus falecidos irmãos, lutava pelos seus filhos adotivos e morreu defendendo o mais tolo deles. Mesmo nos últimos momentos, ela mostrou sua grandeza, ao defender Malfoy da ira do pai dele. Lúcio achou que ela não era de nada e morreu junto, com o terror no rosto.
Droga, não era sobre isso que eu queria pensar agora. Eu estou olhando pra ela, deixa de ser idiota.
Todos sentiremos falta dela, e de Pince, Arthur, Shacklebolt... Alvo Dumbledore e Sirius Black. E de Severo também. Em seu salto final, ele ME salvou. Salvou logo a mim, filho do seu odiado rival Tiago. Velho tolo. Mestre bobo. Burro... Vocês não deviam se sacrificar por mim. Tom aproveitou disso. E muito.
Mas eu venci. E venci com um sorriso nos lábios, porque ele se tornou fraco diante de mim e os fantasmas de vocês vieram me ajudar. Todos vocês. De Molly, a última a cair, até Tiago, meu pai, o primeiro. Ao meu lado, me fizeram levantar e me mostraram o caminho. E Tom retornou. Não mais Voldemort, só o pequeno Tom Riddle, velho e fraco. Faleceu aos meus pés, não pelas minhas mãos, e sim pelo que ele mais temia: O tempo. A linhagem de Salazar Slytherin teria acabado ali. Teria. Voldemort ainda riu quando se extinguia por ter dado sua última grande cartada. Ele era um Sonserina acima de tudo. E agora eu também sou. Dentro das minhas veias corre o veneno dos Slytherin, junto com o sangue dos Potter e dos Evans. E em meus descendentes ele será transmitido. E talvez.. Só talvez, meus descendentes possam ter sangue Weasley.
Olho novamente para ela, deixando meu braço cair ao lado do corpo, estou cansado. Estou velho na verdade. Jovem por fora, com a idade de Voldemort por dentro. Rio baixo, para que ela não ouça. As lágrimas fazem um buraco no chão a minha frente enquanto caio de joelhos. Engraçado que meus cabelos, que sempre fizeram pouco para cobrir minha cicatriz agora conseguem cobrir toda minha face enquanto absorvo as cores do chão. E então... Acontece.
Sinto uma mão delicada pousar sobre meu ombro e estremeço. Esse toque eu conheço bem. Levanto os olhos um pouco e me assusto para o que vejo.
As mesmas sardas de sempre, os mesmos olhos castanhos, os mesmos cabelos fogo. No entanto... Há algo diferente. Sim, ela sorri. Ao contrário do que imaginei, ela pode sorrir, como há muito não sorria. Não consigo dizer nada porque no instante seguinte ela me abraça. Me sinto fraco e quase caio. Como pode? Como ela, que perdeu tanto, consegue voltar à felicidade? Será que posso também?
Sinto o coração dela bater, atravessando a quantidade abusiva de roupas. Sim, posso ser feliz. Com ela. Correspondo o abraço.
Ela sussurra no meu ouvido esquerdo. Ela sabe, sempre soube, que ele é o mais sensível:
- Casa comigo?
Eu consigo rir de verdade, ao responder:
- Você sempre soube que sim.
...
Mesmo na terra queimada, uma flor pode nascer. Mesmo em um coração partido, o amor pode florescer.
Não sou romântico, ao contar essa história. Na realidade, acho que romance demais é bobo. Gosto de um pouco de realismo, de simbolismo, de muitas outras vertentes. E por isso digo... Essa história aconteceu, em algum lugar. E continuará acontecendo.
Harry tem Gina, tem Rony e Hermione, tem Remo e Tonks, tem Neville e Luna, tem até mesmo Malfoy. Sempre terá. E eles têm algumas estrelas para interceder por eles. É só eles acreditarem que podem.